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Às margens da baía do Guajará ergue-se o Ver-o-Peso. Inaugurado em 1901, sua história data de muito antes disso, o que o coloca no grupo dos mercados mais antigos do Brasil. É considerado a maior feira ao ar livre da América Latina e é a representação de toda a heterogeneidade amazônica.

História

No século XVII, no local onde atualmente se encontra o mercado, a coroa portuguesa instalou um posto de arrecadação tributária, a Casa de Haver O Peso. A localização era estrategicamente oportuna, pois ali inúmeras embarcações atracavam todos os dias e delas desembarcavam grandes quantidades de mercadoria e pessoas, foi então construída no século XIX a doca do Ver-o-Peso.

O posto funcionou normalmente até meados de 1839, quando então o seu prédio foi cedido para o funcionamento do mercado central de peixes. O mercado propriamente dito surgiria a partir de 1847

com a construção de um mercado de peixes e carnes, que ficou conhecido como Mercado Bolonha.

 

Em 30 de dezembro de 1897, por meio de lei municipal, foi autorizada a construção do Mercado de Ferro (assim era conhecido o Ver-o-Peso). A obra foi iniciada em 1899, destaca-se o fato que toda a estrutura foi importada da Europa, e teve sua inauguração em 1901, sob a prefeitura de Antônio Lemos. Em 1977, o complexo arquitetônico e paisagístico do Ver-o-Peso foi tombado pelo IPHAN, e atualmente compreende uma área de 35 mil metros quadrados.

Miscelânea Paraense

O Mercado Ver-o-Peso oferece os mais variados sabores e aromas do Pará. A imensa feira livre às margens da baía do Guajará reúne centenas de barracas de frutas, peixes, carnes, ervas medicinais, essências e temperos, doces, e artesanato.

A grande variedade de frutas amazônicas pode ser fácil e fartamente ser encontrada no Ver-o-Peso, tratam-se de frutas típicas, somente encontradas nessa região do Brasil. Entre as mais conhecidas estão o açaí, o cupuaçu e a castanha-do-Pará, encontradas aos montes em inúmeras barracas.

Na área dos peixes é possível encontrar uma grande pluralidade de espécies, os mais populares são o pirarucu, o jaraqui, o bodó, o tucunaré e o tambaqui. A maioria dos peixes são frescos e com preços bem acessíveis. Todos podem ser preparados de inúmeras maneiras e são um dos principais componentes do cardápio paraense.

Uma das partes de maior movimento de pessoas no Ver-o-Peso é setor das ervas amazônicas. O visitante pode encontrar em abundância as ervas medicinais da Amazônia em forma de xaropes e in natura para a preparação de chás que, segundo os vendedores, curam desde unhas encravadas à pedra nos rins. Também existe uma infinidade das chamadas “garrafadas”, com essências cheirosas usadas em cosméticos e até porções mágicas que prometem fazer quem as usa encontrar o amor eterno.

O mercado dos artesanatos é uma parada obrigatória para quem quer uma lembrança do Pará. Neste ambiente é possível achar desde chaveiros a móveis, todos feitos à mão por talentosos artistas. Encontra-se muita cerâmica com traços indígenas, que dão um toque refinado às peças. Os preços variam bastante dependendo do produto, porém, um turista consegue facilmente comprar vários souvenires sem gastar muito.

O Mercado Ver-o-Peso é um lugar exótico e surpreendente. Pode facilmente figurar entre os melhores mercados do mundo no que tange a diversidade de produtos à venda. Se encontra de tudo um pouco com preços razoáveis. Visitar o Ver-o-Peso é uma verdadeira experimentação sensorial. Cores, sabores e cheiros múltiplos surgem e se misturam perante os sentidos. Uma experiência única e sem precedentes.

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 O amazônia 360° 

 

O homem e o rio são os dois mais ativos agentes da Geografia humana da Amazônia. O rio enchendo a vida do homem de motivações psicológicas, o rio imprimindo à sociedade rumos e tendências, criando tipos característicos na vida regional.

 

Livro: O Rio Comanda a Vida

 

(TOCANTINS, 1972, p.276)

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